Você sabia que até 20% dos bebês apresentam episódios de cólicas no início da vida? Alguns estudos atuais indicam números ainda maiores.
CRITERIOS DE DEFINIÇÃO
- Início da manifestação por volta de 3 semanas de vida (principalmente no final da tarde);
- Ocorre em bebês menores de 5 meses de idade;
- Períodos prolongados de choro, irritabilidade ou agitação, relatados pelos pais, sem causa óbvia e não pode ser prevenido ou resolvido pelos cuidadores;
- Não há problemas no ganho de peso, febre ou evidência de outras doenças,
- O pico das cólicas ocorre por volta de 4 a 6 semanas de vida.
SINAIS DE ALERTA PARA COMUNICAR O SEU PEDIATRA
- Vômitos
- Má aceitação alimentar
- Diarreia
- Constipação
- Dermatite
- Suspeita de APLV
FATORES DE RISCO PARA CÓLICA DO LACTENTE
1. Prematuridade, especialmente os menores de 32 semanas,
2. Tabagismo na gestação.
O universo das cólicas ainda é pouco conhecido pela medicina e uma fisiopatologia que explique esse sintoma ainda não é muito bem estabelecida. Ou seja, nem a medicina sabe explicar de forma consistente o que causam as cólicas. Mas temos diversas hipóteses que fazem bastante sentido, e que levam em consideração múltiplos fatores, dentre eles:
- Evolutivamente a espécie humana tem selecionado os bebês mais demandantes. Eles requerem mais cuidados e atenção. Logo, a seleção natural está favorecendo os bebês com cólicas!
- Há quem diga que elas fazem parte do neurodesenvolvimento da criança, como resposta a uma imaturidade global, seja intestinal ou cerebral, afinal nem sabemos se cólica realmente está relacionado a algum desconforto gastrointestinal.
- Outros dizem que está relacionada a regulação do sono, assim, a cólica pode não ser dor de barriga, e sim a luta com o sono.
- Estresse familiar, mães ansiosas, pais depressivos – fator psicológico e familiar bastante envolvidos.
- Alterações do trato gastrointestinal concomitantes como APLV, gases, intolerância à lactose, doença do refluxo gastroesofágico, desregulação de hormônios entéricos (intestinais), alteração de microbiota!
QUAL O TRATAMENTO?
Regra número 1: não existe prevenção ou tratamento eficaz! Analgésico não funciona, simeticona não funciona, probióticos não resolvem, mudanças na dieta materna muito menos!
Nada é comprovado.
Algumas técnicas não farmacológicas podem aliviar um pouco o quadro, mas nada milagroso! Alguns fitoterápicos prescritos podem diminuir o tempo de choro.
Regra número 2: é uma condição benigna e não traz qualquer sequela para a criança!
Regra número 3 e a mais importante: PACIÊNCIA – VAI PASSAR!
Texto: Dra. Geiza Nhoncanse
CRM 166942 / RQE 83466
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