Qual a diferença entre fórmula, composto lácteo e leite? Não é tudo leite?
Encontramos mais de 90 rótulos no mercado entre fórmulas, composto lácteo e leite? É de enlouquecer! E você achando que era tudo igual né? Vamos às diferenças:
FÓRMULA - produto em forma líquida ou em pó, de composição baseada no leite materno, destinado a alimentação de lactentes, SOB PRESCRIÇÃO, em substituição total ou parcial do leite humano para a satisfação das necessidades nutricionais deste grupo etário.
- Destinada a lactentes de 0 a 12 meses, entretanto atualmente já encontramos algumas destinadas a crianças de 1 a 3 anos.
- Sua regulamentação é feita pela ANVISA, ou seja, a composição deve respeitar laudos de análises, cumprindo requisitos exigidos de acordo com a necessidade de cada idade.
- Poucos aditivos são permitidos e a adição de corantes é proibida.
- Deve haver teor mínimo e máximo de micro e macronutrientes, bem como de aminoácidos, vitaminas e minerais,
COMPOSTO LACTEO – produto resultante da mistura do leite e outros produtos, apto para a alimentação humana. Os ingredientes lácteos devem somar 51% do total de ingredientes para assim serem denominados de compostos lácteos.
- Não há recomendação de faixa etária específica
- CUIDADO! Não devem ser usadas em menores de 1 ano.
- Regulamentação não é feita pela ANVISA, mas pelo Ministério da Agricultura, pecuária e abastecimento.
Os requisitos de composição:
- Limites mínimos e máximos de proteínas e/ou gorduras.
- Composto por extensa lista de aditivos, corantes e aromatizantes
- Adição de vitaminas e minerais é opcional
LEITE INTEGRAL EM PÓ– segue as regulamentações dos compostos lácteos, mas precisa ter 100% de ingredientes lácteos, permite poucos aditivos e proíbe a adiação de corantes. A Adição de vitaminas e minerais é opcional!
10 Curiosidades sobre os complementos do aleitamento materno
Você ouve por aí que uma mulher apresentou queda da produção de leite por algum motivo e precisou “entrar com complemento”. Complemento é o mesmo que fórmula? Aí vão 10 curiosidades sobre a complementação do aleitamento materno.
Você sabia?
1. Que a sensação de baixa produção de leite é o maior motivo para uma mulher querer oferecer fórmula para o bebê e encerrar a amamentação?
2. Que a grande maioria desses casos a sensação de baixa produção NÃO É REAL!!
3. Que em algumas épocas o bebê apresenta saltos de desenvolvimento e pode mudar o comportamento em relação ao interesse pelo seio materno? Ou fica colado no peito, ou se desinteressa por alguns momentos, ou mama por menos tempo...e NENHUM desses comportamentos pode indicar baixa produção de leite, ao contrário do que as mães pensam.
4. Que não existe leite fraco, não existe leite fraco e ... não existe leite fraco!
5. Que em alguns casos, o aleitamento materno precisa sim ser complementado (prematuros, baixo peso, ganho de peso insuficiente, desnutrição) e essa é uma indicação do PEDIATRA!
6. Que complementação pode ser feita com o próprio leite materno ordenhado e armazenado, sem necessidade nenhuma de oferecer fórmula!
7. Que quanto mais estressada, irritada, em privação de sono e sem rede de apoio, menos leite a mulher produz, mesmo se o bebê tiver fazendo a parte dele?
8. Que quando comprovada a baixa produção láctea, existem medicações fitoterápicas e outras que podem aumentar a produção de leite – os chamados remédios galactogogos. Além disso, os protocolos de power pumping otimizam muito o aumento da produção de leite também!
9. Que somente um médico pode indicar essas medicações em dose, frequência e período para cada situação
10. Não existe leite fraco, só para reforçar!
Ainda está achando que toda a solução do mundo se encontra nas fórmulas? Cuidado com raciocínios simplistas! Cada gota de leite materno vale ouro!
Texto: Dra. Geiza Nhoncanse
Pediatra – CRM 16694
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