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A consulta pediátrica - Como extrair o máximo da visita a esse especialista?


O pediatra deve ser um grande parceiro da criança e da família. Esse médico tem a missão de cuidar da saúde física, mental e ambiental da criança em todas as fases do desenvolvimento. Desconheço compromisso mais sério que esse.


Esse profissional deve orientar os pais e cuidadores sobre como proceder em relação a alimentação, higiene, saúde e formação dos pequenos. Nessa consulta, há sempre uma mãe ou um pai cheio de dúvidas e aflições para sanar em um tempo limitado. Por essa razão, vou trazer dicas para você aproveitar ao máximo esse momento ao lado do seu pediatra parceiro!


CONFIE NO MÉDICO


A confiança é primordial entre os pais e o especialista! Sem ela nada acontecerá! Por exemplo, quando os pais passam em consulta, digo que até os 6 meses, o mais saudável para o bebê é permanecer em aleitamento materno exclusivo e que isso basta como fonte nutricional. Assim, eles devem confiar nessa orientação. Não adianta chegar em casa e seguir os hábitos dos amigos, parentes, introduzindo alimentos ou sucos sem respeitar a fase do desenvolvimento, pois isso quebra totalmente a confiança e a ligação com seu pediatra.


Da mesma forma que os pais observam tudo que o médico diz e orienta, o médico também está de olho na forma como as crianças são cuidadas e conduzidas a fim de identificar fatores de potencial risco à saúde.


OBSERVE SE HÁ EMPATIA


Empatia é sintonia! O pediatra, por meio da anamnese (que é a parte da entrevista médica, mas que de fato deve parecer uma boa conversa), capta o sentimento da família, suas dúvidas e preocupações. Essa parte da consulta pediátrica, geralmente significa 70 a 80% do tempo de consulta. A partir dessa conversa, que o profissional orienta os pais de maneira mais direcionada e prática. Não adianta nada o médico ficar 30 min explicando sobre problemas que a família não esteja enfrentando.


LEVE TODOS OS DOCUMENTOS


Exames do pré-natal, dados da criança, pesos e medidas anteriores, relatórios de alta da maternidade ou de outras internações, caderneta de vacinação, teste do pezinho. Apesar de pouco tempo de vida, muita coisa acontece na vida das crianças e é importante que você tenha a documentação organizada para levar à consulta. Isso ajuda o médico a avaliar o paciente com mais rigor e organização.


PEDIATRA GERAL OU SUBEPECIALISTA?


Ao contrário dos subespecialistas, que cuidam muitas vezes de uma parte do corpo, ou de apenas alguns tipos de doenças, o pediatra geral não deixa escapar os detalhes e a visão global da criança, que fazem toda a diferença nos desfechos de saúde e doença.


Em qual levar? Resposta: os trabalhos devem correr em paralelo e com muita troca de informação entre ambos!


Quando algum diagnostico é suspeito ou confirmado, o pediatra deverá encaminhar a criança aos subespecialistas, como neuropediatra, oftalmopediatra, pneumopediatra ou gastropediatra, por exemplo e estar em contato com eles para discussão do caso e assim oferecer um cuidado verdadeiramente de excelência. O diálogo entre o pediatra e os subespecialistas é fundamental para o manejo adequado do paciente. Algumas etapas do processo investigativo não devem ser puladas, na ansiedade por respostas imediatas.


Hipóteses mais simples precisam ser descartadas antes de mais nada. Isso pode poupar a criança de exames e medicações desnecessárias. Tudo tem seu melhor momento de acontecer, poupando estresse para a criança e para a família. Um bom exemplo temos nos pequenos atrasos de desenvolvimento motor, que podem ser resolvidos com fisioterapia, sem necessidade de intervenções maiores na grande maioria dos casos. Tenha paciência! Diagnosticar pode levar tempo!


É como um quebra-cabeças que precisa ser montado e o pediatra geral é o profissional que fica com a parte mais difícil - que é começar, montando as primeiras peças. O subespecialista ajuda a finalizá-lo, indica o melhor tratamento e faz o acompanhamento da doença diagnosticada.


A pediatria é um universo vastíssimo que exige muito estudo e conhecimento médico. Seu filho deve frequentar as consultas periodicamente para a puericultura, então peça que o profissional lhe oriente sobre horários, estímulos corretos, sono e outros cuidados, como brincadeiras, limites, livros, prevenção de acidentes, saúde bucal, vacinas, padrão de fezes e urina, aleitamento, alimentação, rotina de vida, crescimento, etc.


ORIENTE-SE SOBRE A ALIMENTAÇÃO


É importante que todos que estiverem diretamente envolvidos na nutrição do bebê estejam presentes na consulta: avós, babá ou outros cuidadores. É imprescindível que todos estejam alinhados sobre as necessidades, excessos e demais orientações nutricionais para haver um consenso na hora das refeições.


CONHEÇA AS MEDICAÇÕES, INDICAÇÕES E SEUS EFEITOS


Quantos pacientes já atendi, que faziam uso de medicações e muitos mal sabiam explicar o porquê! Isso não existe! “Porquê o médico passou” não é resposta. Quando o médico prescrever um remédio, peça para que ele detalhe não apenas a dosagem, mas o que ele espera ou não da medicação, em quanto tempo a criança deve melhorar e quais os possíveis efeitos colaterais. Ele também deve explicar se a medicação deve ser feita em jejum ou depois de comer. Os pais devem ser orientados sobre como a doença costuma evoluir, para terem condições de observar se o que ocorrerá após a consulta está dentro do esperado ou não.


ESCLAREÇA SUAS DÚVIDAS


Não vá para casa confuso e nem tenha vergonha de perguntar. O médico está ali não apenas para cuidar do seu filho, mas também para te orientar. Por isso, anote as perguntas por escrito antes da consulta, assim nenhum detalhe será perdido.


REINVIDIQUE SEUS DIREITOS


Um profissional que nas consultas de rotina não examina (bebê sem roupa, claro), mede, pesa o bebê e que não instrui os pais a cada consulta, de acordo com cada fase de desenvolvimento, pode não estar comprometido com o atendimento.

Fique alerta, adote postura ativa, argumente, busque um atendimento que te deixe satisfeito. Saia da consulta com a sensação de dúvidas sanadas, saúde da criança organizada, confiança, alívio e com a convicção de que você foi tratado com respeito e profissionalismo.


Texto: Dra. Geiza Nhoncanse


Pediatra – CRM 166942 / RQE 83466


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